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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
As distâncias geográficas não se reproduzem no
mundo espiritual, Deus ouve orações feitas em todo e qualquer lugar e age
sem limites de fronteiras.
Pr. Adamilson Viana da Costa
Essa narrativa fala de um centurião romano que implora a
Jesus para que cure seu criado. Ela é intrigante por muitos motivos,
especialmente se considerarmos que os evangelistas Mateus e Lucas fazem relatos diferentes sobre "Jesus e
centurião de Cafarnaum". Em Lucas lemos que a comunicação de Jesus com o
centurião acontece à distância, via anciãos. Em Mateus se lê: "Tendo Jesus
entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião implorando: Senhor, meu
criado jaz em casa de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente. Jesus disse: Eu
irei curá-lo" Mt 8:5-7. Aqui o centurião parece ter estado pessoalmente
com Jesus. Há contradição entre Mateus e Lucas? Não há. Marcos omite as idas e
vindas dos mensageiros anciãos que serviram de interlocutores para com Jesus e
resume toda história, enfatizando a essência do diálogo.
Sobre centuriões romanos
No exército romano, a maior unidade era uma legião
composta de 6.000 homens. Cada legião era dividida em dez coortes de 600 homens
cada, e cada grupo tinha seis divisões de 100 cada. Estes foram chamados de
"séculos", com um centurião sobre cada um. Um destes séculos foi posto
em ou perto de Cafarnaum, e ao longo deste século, o centurião sem nome da
passagem Bíblica, estava no comando pleno. Ele era o chefe romano de uma grande
área, tinha prestígio e autoridade. Até mesmo os anciãos dos judeus
estavam sob sua jurisdição.
Fé e obras de um soldado romano
Me chama atenção a grande influência desse centurião
entre os judeus, deveria ser um homem honrado em seu viver a ponto de
conquistar muitos amigos, eu diria que era um diplomata conciliador, não
poderia ser diferente: sendo romano tinha o respeito dos judeus e apesar
do importante cargo, demonstrava cultivar estreita amizade com seu criado,
sinal de humildade.
Sobre ele, falam a Jesus: "Ele é digno de que faças
isso, porque é amigo do nosso povo, e ele mesmo nos edificou sinagoga" Mt
7:4-5
Percebam que Jesus não ficou impressionado com as grandes
obras realizadas pelo centurião, Ele não disse: ooohhh como ele é importante,
quantos bens tem feito nesta nação!! O que fez com que esse centurião recebesse
lugar de destaque nos Evangelhos foi: ele era um homem de extraordinária fé!
Isso arrancou elogios de Jesus. Se há algo que move Jesus em nossa direção é a
fé que temos Nele.
Um x na
questão
O "x" é uma incógnita na matemática cujo valor
desconhecido pode variar de acordo com a equação. E esse "x" estava
para mim na passagem sobre o centurião romano, tal qual estava nos problemas
matemáticos. Me intrigou o fato de ele não querer a presença de Jesus em sua
casa: " Senhor, não sou digno de que entres em minha casa. Por isso eu
mesmo não me julguei digno de ir ter contigo..." Lc 7:6-7.
Por tantas vezes Jesus esteve em casa de pecadores, ele
mesmo afirmou que não veio para os sãos, mas para os doentes ( Mt 9:12). Se o
centurião não se julgava digno de estar com Jesus, seria esse um bom motivo
para que Jesus o visitasse. Eram dois doentes a serem curados: o chefe e o
criado. Mas o problema era que a estadia de Jesus na casa do centurião, poderia
acarretar consequências para ambos. Os israelitas eram proibidos por lei de ter contato
pessoal com pessoas de outra nação (Atos 10:28).
Transgredir a lei era um perigo para Jesus já que os
fariseus viviam a procurar motivos para prendê-lo, acusá-lo. Jesus porém,
sempre agia de forma a colocar as necessidades humanas como prioridade e iria
curar o servo do centurião mesmo que isso provocasse a fúria dos judeus. O
centurião, porém, preferiu evitar contendas, não se achou digno de ser a causa
da discórdia entre Jesus e fariseus.
Sob esse prisma, fica compreensível a recusa do centurião
sobre Jesus ir até sua casa. Esse ato de obediência a lei acabou resultando em
grande testemunho!
A certeza do que se não vê
" Dize somente uma palavra e o meu
criado será curado , porque eu também sou homem sujeito à autoridade, tenho
soldados às minhas ordens, e digo a este vai e ele vai; e a outro: vem, e ele
vem; e ao meu servo: faze isto e ele o faz" Lc 7: 7-8.
Uma Palavra de Jesus era tudo que o centurião queria. Uma
Palavra de Jesus é o que basta para transformar toda uma situação, mudar uma
vida, ressuscitar um morto (literalmente e metaforicamente falando). Esse homem
verdadeiramente demonstrou o que é viver pela fé. Ele não precisou ver Jesus,
tocá-Lo, para acreditar que Ele realizaria o milagre.
O centurião era conhecedor da autoridade e poder de Jesus
que já havia realizado outros milagres em Cafarnaum. Ele também sabia, com a
experiência que seu cargo de oficial permitia, que não era necessária sua
presença para que suas ordens fossem cumpridas. E se ele reconhecia em Jesus o
Messias, ele sabia que o mundo físico e espiritual, estavam sujeitos a Ele. Em
qualquer lugar ou circunstância.
E o servo é curado
"Ouvidas essas Palavras, admirou-se Jesus dele e,
voltando-se para o povo que o acompanhava, disse: Afirmo-vos que nem mesmo em
Israel achei fé como esta. E, voltando para casa os que foram enviados,
encontraram curado o servo" Lc 7:9:10
Os judeus não estavam acostumados a ouvir comentários
assim sobre os gentios. Estes eram considerados inferiores mesmo se comparados
ao menor dos judeus. A declaração de Jesus deixa todos igualmente surpresos
pois aponta para a inclusão dos gentios no Reino de Deus.
Entre dia e noite, céu e terra, tempos e tempos Deus
realiza Sua obra. Uma obra que se abriga no coração dos homens em todas as
nações, que se movimenta através da fé simples (porém profunda) na
Palavra de Deus, no Nome do Senhor Jesus!
As distâncias geográficas não se reproduzem no mundo
espiritual. Não há cercados, fronteiras, passos, metros, altura ou
profundidade que impeçam a ação da Palavra, Ela executa aquilo pelo qual
foi enviada. O centurião não precisou ver a Jesus, mas acreditou que Sua
Palavra poderia curar o criado como se Ele próprio estivesse ali, tocando o corpo
fraco e doente do rapaz.
Cafarnaum nos ensina que o mais influente dos homens
necessita clamar por Jesus nos "caminhos de Cafarnaum". Também
aprendo que todo líder necessita de seus liderados para realizar suas ações,
metas.
Cafarnaum pode ser uma incógnita, um lugar onde as leis
dos homens tentam impedir a visitação de Jesus. Em quantos lugares do mundo
hoje o Evangelho está proibido por lei de adentrar às portas da cidade ? A lei
proibia a estadia de Jesus na casa do gentio centurião, mas pela graça Ele
esteve lá. Ele era a Própria Palavra enviada através dos anciãos! Pela graça
Jesus não só visita, mas faz morada nos corações dos homens que vivem sob
severas leis de perseguição do Evangelho.
A Palavra é livre e da mesma forma liberta escravos em todas
as direções. Apóstolo Paulo, em carta aos Tessalonicenses afirma: “ Estou
sofrendo até algemas, como malfeitor; contudo, a Palavra de Deus não está
algemada” 2:9. Por essa razão poderemos clamar por Jesus de qualquer lugar do
mundo não há limites para Seu agir!
Cafarnaum nos ensina que nosso julgamento a respeito das
pessoas pode ser completamente equivocado em assuntos de relacionamento com
Deus. Os gentios eram considerados inferiores aos judeus em todos os sentidos,
Jesus porém declara que a fé do centurião é algo extraordinário, raro de se ver
entre os judeus. O sentimento de superioridade e exclusivismo era comum em
Israel : nação eleita, povo escolhido. Será que isso não se repete entre os
cristãos?
O segredo do centurião estava em sua fé e humildade,
na certeza de que Jesus era capaz de ordenar a cura e nenhum outro poderia
fazer o mesmo. É interessante perceber que os anciãos dos judeus, sendo
versados no judaísmo, não se negam a cumprir o pedido do centurião. Eles foram
ao encontro de Jesus com fé própria ou apenas como mensageiros de um
homem de fé? Eles não eram soldados , mas amigos que voluntariamente se
dispuseram a ajudar. Eis aqui o que um fervoroso coração pode fazer: alcançar
vidas, influenciar pensamentos, ações. Os anciãos não foram meros espectadores
do milagre, mas participantes. Eles rogaram a Jesus pelo amigo, oraram
por ele. Eis também aqui a importância da oração.
Assim como aquela Palavra dada por Jesus foi de encontro
ao servo do centurião, devolvendo-lhe a saúde, que essa Palavra produza os
resultados para o qual Deus a enviou.
Em Cristo, amém.
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