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História de Israel
O povo judeu nasceu na Terra de Israel
(Eretz Israel). Nela transcorreu uma etapa significativa de sua longa história,
cujo primeiro milênio está registrado na Bíblia; nela se formou sua identidade
cultural, religiosa e nacional; e nela se manteve ininterrupta, através dos
séculos, sua presença física, mesmo depois do exílio forçado da maioria do povo.
Durante os longos anos de dispersão, o povo judeu jamais rompeu ou esqueceu sua
ligação com sua terra. Com o estabelecimento do Estado de Israel, em 1948, foi
recuperada a independência judaica, perdida 2000 anos antes.
A área de Israel, dentro das fronteiras e linhas de
cessar-fogo, inclusive os territórios sob o auto-governo palestino, é de 27.800
km2. Com sua forma longa e estreita, o país tem cerca de 470 Km de comprimento e
mede 135 Km em seu ponto mais largo. Limita-se com o Líbano ao Norte, com a
Síria a Nordeste, a Jordânia a Leste, o Egito a Sudoeste e o Mar Mediterrâneo a
Oeste.
A distância entre montanhas e planícies, campos
férteis e desertos pode ser coberta em poucos minutos. A largura do país, entre
o Mediterrâneo a Oeste e o Mar Morto, a Leste, pode ser cruzada de carro em
cerca de 90 minutos; e a viagem desde Metullah, no extremo Norte, a Eilat, o
ponto mais meridional leva umas 9 horas.
Israel pode ser dividida em quatro regiões geográficas: três faixas paralelas que correm de Norte a Sul, e uma vasta zona, quase toda árida, na metade Sul do país.
Jerusalém
Terra de Deus, promessa para os homens
Jerusalém está edificada nas colinas da
Judéia, a cerca de 70 Km do Mar Mediterrâneo, no centro de Israel. Eqüidistante
de Eilat, ao Sul, e de Metullah, ao Norte - os pontos extremos do país. Nesta
geografia, acontecimentos inigualáveis que não se repetem, mudaram o rumo da
história do mundo.
O nome da cidade é mencionado centenas de vezes nas
Escrituras Sagradas e em fontes egípcias. Jerusalém, do rei Melquisedeque e do
Monte Moriá, onde o patriarca Abraão esteve pronto para sacrificar o seu filho;
Jerusalém, da capital do reino de Davi, do primeiro templo de Salomão e do
segundo templo, reconstruído por Herodes; Jerusalém, palco dos profetas Isaías e
Jeremias, cujas pregações influenciaram atitudes morais e religiosas da
humanidade; Jerusalém, onde Jesus peregrinou, foi crucificado, ressuscitou e
subiu ao Céu; Jerusalém, da figueira que brotou, sinal dos tempos, relógio de
Deus.
Nomes e Significados
Segundo o pesquisador, Pr. Enéas Tognini, o nome de
Jerusalém aparece em registros antiqüíssimos. Nos textos egípcios do Império
Medo, foram grafados Rusalimun e Urusali-Mum. No texto Massorético, Yerusalaim.
No aramaico bíblico Yeruselem. E para nosso vernáculo chegou através do grego
Hierousalem.
A cidade, antes de ser tomada pelos filhos de
Israel, pertencia aos jebuseus. E nos escritos jebuseus lê-se Yebusi. Em Juízes
19:10 afirma-se que Jebus é Jerusalém, donde se conclui que o nome Jerusalém não
é de origem hebraica.
Nos Salmos 87:2 e 51:18 e mais 179 vezes, Jerusalém
é chamada Sião. Outros nomes na Bíblia e extra-bíblicos são dados a Jerusalém:
Cidade de Davi ( I Rs. 8.1); Cidade de Judá (II Cr. 25.28); Cidade Santa (Ne.
11.1 E Is. 52.1); Cidade de Deus (Is. 60.14) (Sl. 87.2); Ariel (Is. 29.1);
Ladeira de Deus (Is. 1.26); Cidade de Justiça (Is. 1.26); Cidade do Grande Rei
(Mt. 5.35) ; Aelia Capitolina (o primeiro nome do Imperador Adriano era Aelio e,
em 135 d.C. esse foi o nome que se deu à cidade que paganizou); El-Kuds (“a
santa”, nome que o árabe deu a Jerusalém). Alguns estudiosos afirmam que a
primeira parte da palavra Jerusalém (a raiz IRW) encerra a idéia de fundamento,
e “Salém” significa paz, portanto Jerusalém = cidade da paz. Morada da paz! Eis
o que significa Jerusalém na língua hebraica.
Tempos Bíblicos
A história judaica começou há mais ou menos 4000
anos (c. séc. XVII A.C.) - com o patriarca Abraão, seu filho Isaque e seu neto -
Jacó. Documentos encontrados na Mesopotâmia, que datam de 2000 - 1500 E.C.,
confirmam aspectos de sua vida nômade, tal como a Bíblia descreve.
O Êxodo e o assentamento
Após 400 anos de servidão, os israelitas foram
conduzidos à liberdade por Moisés que, segundo a narrativa bíblica, foi
escolhido por Deus para tirar Seu povo do Egito e retornar à Terra de Israel,
prometida a seus antepassados (sec. XIII-XII A.C). Durante 40 anos eles vagaram
no deserto do Sinai, tornando-se uma nação; lá receberam o Pentateuco, que
inclui os Dez Mandamentos. O êxodo do Egito (1300 A.C.) deixou uma marca
indelével na memória nacional do povo judeu, e tornou-se um símbolo universal de
liberdade e independência. Todo ano os judeus celebram as festas de Pessach (a
Páscoa judaica), Shavuot (Pentecostes) e Sucot (Festa dos Tabernáculos)
relembrando os eventos ocorridos naquela época.
A Monarquia
O reinado do primeiro rei, Saul (1020 A.C.),
permitiu a transição entre a organização tribal já frouxa e o pleno
estabelecimento da monarquia, sob David, seu sucessor.
O Rei David (1004-965 A.C.) fez de Israel uma das
potências da região através de bem sucedidas expedições militares, entre as
quais a derrota final dos filisteus, assim como as alianças políticas com os
reinos vizinhos. Ele unificou as doze tribos israelitas num só reino e
estabeleceu sua capital, Jerusalém. David foi sucedido por seu filho Salomão
(965-930 A.C.) que consolidou ainda mais o reino. Salomão garantiu a paz para
seu reino, tornando-o uma das grandes potências da época. O auge do seu governo
foi a construção do Templo de Jerusalém.
A Monarquia dividida
Após a morte de Salomão (930 A.C.), uma insurreição
aberta provocou a cisão das tribos do norte e a divisão do país em dois reinos:
o reino setentrional de Israel, formado pelas dez tribos do Norte, e o reino
meridional de Judá, no território das tribos de Judá e Benjamim.
O Reino de Israel, com sua capital Samaria, durou
mais de 200 anos, e teve 19 reis; o Reino de Judá sobreviveu 350 anos, com sua
capital, Jerusalém, e teve o mesmo número de reis, todos da linhagem de David.
Com a expansão dos impérios assírios e babilônicos, tanto Israel quanto Judá,
mais tarde, acabaram caindo sob domínio estrangeiro. O Reino de Israel foi
destruído pelos assírios (722 A.C.) e seu povo foi exilado e esquecido. Uns cem
anos depois, a Babilônia conquistou o Reino de Judá, exilando a maioria de seus
habitantes e destruindo Jerusalém e o Templo (586 A.C.).
Primeiro Exílio (586 - 538 a.c.)
A conquista babilônica foi o primeiro estado judaico
(período do Primeiro Templo), mas não rompeu a ligação do povo judeu com sua
terra. Às margens dos rios da Babilônia, os judeus assumiram o compromisso de
lembrar para sempre da sua pátria: “Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém,
esqueça-se a minha destra da sua destreza. Apegue-se a língua ao paladar, se não
lembrar de ti, se não preferir Jerusalém à minha maior alegria.” (Sl.
137.5,6)
O exílio na Babilônia, que se seguiu à destruição do
Primeiro Templo, marcou o início da Diáspora Judaica. Lá, o judaísmo começou a
desenvolver um sistema e um modo de vida religioso fora de sua terra, para
assegurar a sobrevivência nacional e a identidade espiritual do povo,
concedendo-lhe a vitalidade necessária para preservar seu futuro como uma
nação.
Dominação Estrangeira
Os Períodos Persa e Helenístico (538-142 A.C.)
Em conseqüência de um decreto do Rei Ciro, da
Pérsia, que conquistou o império babilônico, cerca de 50.000 judeus empreenderam
o primeiro retorno à Terra de Israel, sob a liderança de Zerobabel, da dinastia
de David. Menos de um século mais tarde, o segundo retorno foi liderado por
Esdras, o Escriba. Durante os quatro séculos seguintes, os judeus viveram sob
diferentes graus de autonomia sob o domínio persa (538-333 A.C.) e helenístico -
ptolemaico e selêucida (332-142 A.C.)
A repatriação dos judeus, sob a inspirada liderança
de Esdras, a construção do segundo templo no sítio onde se erguera o primeiro, a
fortificação das muralhas de Jerusalém e o estabelecimento da Knesset Haguedolá
(a Grande Assembléia), o supremo órgão religioso e judicial do povo judeu,
marcaram o início do segundo estado judeu (período do segundo templo).
Como parte do mundo antigo conquistado por Alexandre
Magno, da Grécia (332 A.C.), a Terra de Israel continuava a ser uma teocracia
judaica, sob o domínio dos selêucidas, estabelecidos na Síria. Quando os judeus
foram proibidos de praticar o judaísmo e seu Templo foi profanado, como parte
das tentativas gregas de impor a cultura e os costumes helenísticos a toda a
população, desencadeou-se uma revolta (166 a.C.) liderada por Matatias, da
dinastia sacerdotal dos Hasmoneus, e mais tarde por seu filho, Judá, o Macabeu.
Os judeus entraram em Jerusalém e purificaram o Templo (164 A.C), eventos
comemorados até hoje anualmente, na festa do Chanuká.
A Dinastia dos Hasmoneus ( 142-63 A.C.)
Após novas vitórias dos Hasmoneus (142 a.C.), os
selêucidas restauraram a autonomia da Judéia (como era então chamada a Terra de
Israel) e, com o colapso do reino selêucida (129 a.C.), a independência judaica
foi reconquistada. Sob a dinastia dos Hasmoneus, que durou cerca de 80 anos, as
fronteiras do reino eram muito semelhantes às do tempo do Rei Salomão; o regime
atingiu consolidação política e a vida judaica floresceu.
O Domínio Romano (63 - 313 A.C.)
Quando os romanos substituíram os selêucidas no
papel de grande potência regional, eles concederam ao rei Hasmoneus Hircano II
autoridade limitada, sob o controle do governador romano sediado em Damasco. Os
judeus eram hostis ao novo regime, e os anos seguintes testemunharam muitas
insurreições. Uma última tentativa de reconquistar a antiga glória da dinastia
dos Hasmoneus foi feita por Matatias Antígono, cuja derrota e morte trouxe fim
ao governo dos Hasmoneus (40 a.C.); o país tornou-se, então, uma província do
Império Romano.
Em 37 a.C., Herodes, genro de Hircano II, foi
nomeado Rei da Judéia pelos romanos. Foi-lhe concedida autonomia quase ilimitada
nos assuntos internos do país, e ele se tornou um dos mais poderosos monarcas da
região oriental do Império Romano, porém não conseguiu a confiança e o apoio de
seus súditos judeus.
Dez anos após a morte de Herodes (4 a.C.), a Judéia
caiu sob a administração romana direta. À proporção que aumentava a opressão
romana à vida judaica, crescia a insatisfação, que se manifestava por violência
esporádica, até que rompeu uma revolta total em 66 a.C.. As forças romanas,
lideradas por Tito, superiores em número e armamento, arrasaram finalmente
Jerusalém (70 a.C.) e posteriormente derrotaram o último baluarte judeu em
Massada (73 a.C.).
A destruição total de Jerusalém e do Templo foi uma
catástrofe para o povo judeu. De acordo com o historiador da época, Flavio
Josefo, centenas de milhares de judeus pereceram durante o cerco a Jerusalém e
em outros pontos do país, e outros milhares foram vendidos como escravos.
Um último breve período de soberania judaica na era
antiga foi o que se seguiu à revolta de Shimon Bar Kochbá (132 a.C.), quando
Jerusalém e a Judéia foram reconquistadas. No entanto, dado o poder massivo dos
romanos, o resultado era inevitável. Três anos depois, segundo o costume romano,
Jerusalém foi “sulcada por uma junta de bois”; a judéia foi rebatizada de
Palestina e a Jerusalém foi dado o novo nome de Aelia Capitolina.
O Domínio Bizantino (313-646 d.C.)
No final do sec. IV, após a conversão do imperador Constantino ao cristianismo e a fundação do Império Bizantino, a Terra de Israel se tornara um país predominantemente cristão. Os judeus estavam privados de sua relativa autonomia anterior, assim como do direito de ocupar cargos públicos; também lhes era proibida a entrada em Jerusalém, com exceção de um dia por ano (Tishá be Av - dia 9 de Av), quando podiam prantear a destruição do Templo.
A invasão persa de 614 d.C., contou com o auxílio
dos judeus, animados pela esperança messiânica da Libertação. Em gratidão por
sua ajuda eles receberam o governo de Jerusalém; este interlúdio, porém, durou
apenas três anos. Subseqüentemente, o exército bizantino recuperou o domínio da
cidade (629 d.C.), e os habitantes judeus foram novamente expulsos.
Domínio Árabe (639-1099 d.C.)
A conquista do país pelos árabes ocorreu quatro anos
após a morte de Maomé (632 d.C.) e durou mais de quatro séculos, sob o governo
de Califas estabelecidos primeiramente em Damasco, depois em Bagdá e no Egito.
No início do domínio muçulmano, os judeus novamente se instalaram em Jerusalém,
e a comunidade judaica recebeu o costumeiro status de proteção concedido aos
não-muçulmanos sob domínio islâmico, que lhes garantia a vida, as propriedades e
a liberdade de culto, em troca do pagamento de taxas especiais e impostos
territoriais.
Contudo, a introdução subseqüente de restrições
contra os não-muçulmanos (717 d.C.) afetou a vida pública dos judeus, assim como
sua observância religiosa e seu status legal. Pelo fim do sec. XI, a comunidade
judaica da Terra de Israel havia diminuído consideravelmente.
Os Cruzados (1099-1291 d.C.)
Nos 200 anos seguintes, o país foi dominado pelos
Cruzados que, atendendo a um apelo do Papa Urbano II, partiram da Europa para
recuperar a Terra Santa das mãos dos “infiéis”. Em julho de 1099, após um cerco
de cinco semanas, os cavaleiros da Primeira Cruzada e seu exército de plebeus
capturaram Jerusalém, massacrando a maioria de seus habitantes não-cristãos.
Entrincheirados em suas sinagogas, os judeus
defenderam seu quarteirão, mas foram queimados vivos ou vendidos como escravos.
Nas poucas décadas que se sucederam, os cruzados estenderam seu poder sobre o
restante do país. Após a derrota dos cruzados pelo exército de Saladino (1187
d.C.), os judeus passaram a gozar de liberdade, inclusive o direito de viver em
Jerusalém. O domínio cruzado sobre o país chegou ao fim com a derrota final
frente aos mamelucos (1291 d.C.) uma casta militar muçulmana que conquistara o
poder no Egito.
O Domínio Mameluco (1291-1516 d.C.)
Sob o domínio mameluco, o país tornou-se uma
província atrasada, cuja sede de governo era em Damasco. O período de decadência
sob os mamelucos foi obscurecido ainda por revoltas políticas e econômicas,
epidemias, devastação por gafanhotos e terríveis terremotos.
O Domínio Otomano (1517-1917 d.C)
Após a conquista otomana, em 1517, o país foi
dividido em quatro distritos, ligados administrativamente à província de
Damasco; a sede do governo era em Istambul. No começo da era otomana, cerca de
1000 famílias judias viviam na Terra de Israel, em Jerusalém, Nablus (Sichem),
Hebron, Gaza, Safed (Tzfat) e algumas aldeias da Galiléia. A comunidade se
compunha de descendentes de judeus que nunca haviam deixado o país, e de
imigrantes da África do Norte e da Europa.
Um governo eficiente, até a morte do sultão
Suleiman, o Magnífico (1566 d.C.), trouxe melhorias e estimulou a imigração
judaica. À proporção que o governo otomano declinava e perdia sua eficiência, o
país foi caindo de novo em estado de abandono geral. No final do séc. XVIII, a
maior parte das terras pertencia a proprietários ausentes, que as arredavam a
agricultores empobrecidos pelos impostos elevados e arbitrários. As grandes
florestas da Galiléia e do monte Carmelo estavam desnudas; pântanos e desertos
invadiam as terras produtivas.
O sec. XIX testemunhou os primeiros sinais de que o
atraso medieval cedia lugar ao progresso. Eruditos ingleses, franceses e
americanos iniciavam estudos de arqueologia bíblica. Foram inauguradas rotas
marítimas regulares entre a Terra de Israel e a Europa, instaladas conexões
postais e telegráficas e construída a primeira estrada, entre Jerusalém e Iafo.
A situação dos judeus do país foi melhorando, e a população judaica aumentou
consideravelmente. Inspirados pela ideologia sionista, dois grandes fluxos de
judeus da Europa Oriental chegaram ao país, no final do sec. XIX e início do
sec. X. Resolvidos a restaurar sua pátria através do trabalho agrícola, estes
pioneiros começaram pela recuperação da terra árida, construíram novas colônias
e lançaram os fundamentos do que mais tarde se tornaria uma próspera economia
agrícola.
Ao romper a I Guerra Mundial (1914), a população
judaica do país totalizava 85.000 habitantes, em contraste com os 5.000 do
início do séc. XVI.
Em dezembro de 1917, as forças britânicas, sob o
comando do General Allemby, entraram em Jerusalém, pondo fim a 400 anos de
domínio otomano.
O Domínio Britânico (1918-1948)
Em julho de 1922, a Liga das Nações confiou à
Grã-Bretanha o mandato sobre a Palestina (nome pelo qual o país era designado na
época). Reconhecendo a "ligação histórica do povo judeu com a Palestina",
recomendava que a Grã-Bretanha facilitasse o estabelecimento de um lar nacional
judaico na Palestina - Eretz Israel (Terra de Israel). Dois meses depois, em
setembro de 1922, o Conselho da Liga das Nações e a Grã-Bretanha decidiram que
as estimulações destinadas ao estabelecimento deste lar nacional judaico não
seriam aplicadas à região situada a leste do Rio Jordão, cuja área constituía os
3/4 do território do Mandato - e que mais tarde tornou-se o Reino Hashemita da
Jordânia.
O Estado de Israel - 1948
Com a resolução da ONU de 19 de novembro de 1947, em
14 de maio de 1948, data em que terminou o Mandato Britânico, a população
judaica na Terra de Israel era de 650.000 pessoas, formando uma comunidade
organizada, com instituições políticas, sociais e econômicas bem desenvolvidas -
de fato, uma nação em todos os sentidos, e um estado ao qual só faltava o nome,
porém opondo-se ao estabelecimento do novo Estado os países árabes lançaram-se
num ataque de várias frentes, dando origem à Guerra da Independência em 1948 -
1949, que defendeu a soberania que havia acabado de reconquistar. Com o fim da
guerra, Israel concentrou seus esforços na construção do estado pelo qual o povo
tinha lutado tão longa e arduamente.
A Guerra dos Seis Dias - 1967
As esperanças por mais uma década de relativa
tranqüilidade se esvaneceram com a escalada dos ataques terroristas árabes
através das fronteiras como Egito e a Jordânia. Ao fim de seis dias de combates,
os núcleos populacionais do norte do país ficavam livres do bombardeamento
sírio, que durara 19 anos; a passagem de navios israelenses e com destino a
Israel, através do Estreito de Tiran estava assegurada; e Jerusalém, que
estivera dividida entre Israel e Jordânia desde 1949, foi reunificada sob a
autoridade de Israel.
A Guerra de Iom Kipur - 1973
A relativa calma ao longo das fronteiras terminaram
no Dia da Expiação, o dia mais sagrado do calendário judaico, quando o Egito e a
Síria lançaram um ataque de surpresa coordenado contra Israel (6 de outubro de
1973). Durante as três semanas seguintes, as Forças de Defesa de Israel mudaram
o rumo da batalha e repeliram os ataques. Dois anos de difíceis negociações
entre Israel e o Egito e entre Israel e a Síria resultaram em acordos de
separação de tropas, pelos quais Israel se retirou de parte dos territórios
conquistados na guerra.
Da Guerra à Paz
Embora a guerra de 1973 tenha custado a Israel um
ano de seu PNB, a economia já tinha se recobrado na segunda metade de 1974. Os
investimentos estrangeiros cresceram, e quando Israel se tornou um membro
associado do MCE (1975), abriram-se novos mercados aos produtos israelenses. O
turismo incrementou e o número anual de visitantes ultrapassou o marco de um
milhão.
O círculo vicioso da rejeição por parte dos árabes a
todos os apelos de paz de Israel foi rompido com visita do Presidente Anuar
Sadat a Jerusalém (novembro 1977), à qual se seguiram negociações entre o Egito
e Israel, sob os auspícios E.U., e que culminaram com os acordos de Camp David
(setembro).
Século XXI
Após o assassinato do Primeiro-Ministro Ytzhak Rabin
(Nov/95), o governo - de acordo com seu direito de nomear um dos ministros
(neste caso, obrigatoriamente um membro do Knesset - Parlamento Israelense) para
exercer o cargo de primeiro-minstro até as próximas eleições - nomeou o Ministro
das Relações Exteriores Shimon Peres a esta função. As eleições de maio de 1996
trouxeram ao poder uma coalizão governamental constituída de elementos
nacionalistas, religiosos e centristas, chefiada por Benyamin Netanyahu do
Likud.
A partir de 15 de maio de 1948, inicia-se, com a invasão de cinco exércitos árabes, a luta do povo judeu para fazer valer o seu direito de permanecer na terra que Deus havia prometido a Abraão, Isaque e Israel, os patriarcas.
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